Our goddess Flo is already on Brazil and she doesn't waste time - Flo is getting the better of Cabral's land \o\ She's here for three shows on the Summer Soul Festival.
Flozinha já está no Brasil! E ela não perde tempo - já arranjou um rolo e já caiu na farra! \o\ lembrando qu ela está aqui para o Summer Soul Festival.
Our goddess was at the Jonathan Ross Show. She was interviewed by Jonathan and I just couldn't watch the stream, but I'll try to find out the interview. Flo also performed No Light, No Light! Here it goes:
Nossa deusa esteve no Jonathan Ross Show, ela foi entrevistada... Eu não pude assistir o stream, mas vou tentar achar para postar aqui. Flo também cantou No Light, No Light! Aqui está o vídeo:
Nota pessoal: Esse é o texto de um flow chamado Gabriel, que gentilmente me deixou compartilhar com vcs. Obrigada, Gabriel! Espero que gostem!
A felicidade é como fogos de artifícios, que atinge certo ponto depois explodem em luzes brilhantes e coloridas.
Eu estava em casa vendo TV quando uma gritaria na rua me chamou a atenção, eu olhei pela janela e vi a rua lotada de pessoas correndo desesperadas mulheres com crianças no colo cachorros, galinhas e gatos alguns até pularam o meu jardim. Eu fiquei paralisado com a cena, pareciam estar fugindo de alguma coisa. Foi quando eu percebi que o meu tempo naquele lugar estava acabando, quando fui pegar minhas coisas percebi que não havia tempo então eu calcei um tênis e coloquei um casaco corri na mesma direção, percebi que o fim estava próximo, mas não estava triste eu estava rindo e as outras pessoas também quando finalmente ouvi os cascos dos cavalos atrás de nós “não deixem que eles nos peguem” juro que ouvi meu pai gritar atrás de mim e realmente era ele que estava de terno e gravata correndo atrás de mim ele havia saído do trabalho para correr? E minha mãe também estava com óculos escuros e uma saia de trabalho que dificultava ela a correr ela estava gargalhando ao lado de uma mulher, todos abandonaram os seus lugares, bares e restaurantes ficaram vazios hospitais e clinicas também, haviam também idosos de cadeira de rodas correndo em meios ao caos todo mundo queria se salvar mas estavam todos tão felizes por finalmente ter chegado o fim.
A terra é o berço e o sepulcro final para nós, pois dela vivemos, dela viemos e para ela retornaremos. Mas o que dizer da água?
Semelhante a Terra, ela é um berço, mas um berço maior, mais abrangente, se for verdade o que os cientistas defendem tão veementemente que a vida começou na água.
Para Arte a água assume uma intensa conotação espiritual, alguns dos referenciais mais fortes talvez sejam, na ficção, o suicídio icônico de Ofélia em Hamlet de Shakespeare e, na vida real, o suicídio de Virginia Woolf. A água que trouxe a vida é a mesma que trás a morte, o nêmeses tão desejado para certos seres atormentados.
Nicole Kidman como Virginia Woolf em The Hours
Na religião, a água é louvada universalmente – seja a água benta para cristãos ou o rio Ganges para o hinduísmo – e assume de forma ainda mais forte a idéia de conectora – em algum nível – com o divino.
Na música, foram duas canções que amo que me despertaram a consciência para essa forte conexão entre a água e a alma, ou pelo menos a parte lírica da mente humana, que são Yes, The River Knows da banda norte-americana The Doors e What the Water Gave Me do grupo britânico Florence + the Machine.
Em linhas gerais, ambas as músicas têm essências semelhantes. Falam sobre sacrifício, sobre passagem e sofrimento, embora possam assumir outros sentidos dependendo da interpretação.
Na canção dos Doors, o trecho de abertura é o seguinte:
Please believe me Por favor, acredite em mim The river told me O rio me contou Very softly Muito de leve Want you to hold me, ooo Que quer que você me abrace
Pelo modo como Morrison canta, dotado de uma suavidade fatalista, parece um apelo. Apelo por clemência, por uma última chance ou, quem sabe, apenas por um pouco de afeto.
No começo da música da britânica Florence Welch, nota-se uma leve semelhança:
Time it took us O tempo nos levou To where the water was Para onde estava a água That’s what the water gave me Foi isso que a água me deu And time goes quicker E o tempo passa mais rápido Between the two of us Entre nós dois Oh, my love, don’t forsake me Oh, meu amor, não me abandone Take what the water gave me Leve o que a água me deu
Embora a abertura seja mais longa que na música do Doors, percebemos também o mesmo apelo. Talvez mais desesperado e intenso, enquanto o eu-lírico também declama sobre o que a água lhe deu. Também vemos por essas primeiras estrofes que para Jim Morrison & Cia, o rio adquire uma faceta ligeiramente mais personificada, como um ser com vida própria. Para Florence, a água está funcionando como um elemento com conotações transcendentais.
No seguimento da música composta por Jim, vemos o entoar de algo que se assemelha a um mantra, não que as palavras sejam litúrgicas, mas pelo fato de o cantor as pronunciar como se estivesse orando, com uma cadência incrivelmente suave:
Free fall flow, river flow Fluxo da cachoeira, fluxo do rio On and on it goes sempre em frente Breath under water ’till the end Respire embaixo d’água até o fim Free fall flow, river flow Fluxo da cachoeira, fluxo do rio On and on it goes sempre em frente Breath under water ’till the end Respire embaixo d’água até o fim Yes, the river knows Sim, o rio sabe
É quase impossível, para mim, não pensar numa metáfora suicida nas palavras acima – principalmente em “Breath under water ’till the end” – de alguém que aceita entregar o corpo e a vida ao rio – “Free fall flow, river flow/ On and on it goes” – e que acredita na supremacia do Rio, que parece agir como uma entidade que aceita um sacrifício – “Yes, the River knows” embora também possamos assumir uma referência espiritual ou até mesmo existencial, com o fluxo do rio representando a passagem das experiências nas vidas ou sobre o amadurecimento da alma.
A coincidência do verso seguinte que o refrão da música de Florence seguir a mesma linha é quase irônica:
Lay me down Deite-me Let the only sound Deixe que o único som Be the overflow Seja o transbordamento Pockets full of stones De bolsos cheios de pedras
A própria cantora declarou que a música foi inspirada pelo suicídio de Virginia Woolf – que se matou na manhã de 28 de março de 1941, entrando com os bolsos cheios de pedras no rio Ouse. Nas palavras de Florence, não há metáfora nenhuma, a referência do suicídio é clara e onipresente.
As partes posteriores de ambas as músicas parecem sair do elemento aquático para se focar nos sentimentos dos eu-líricos de cada canção, majoritariamente focados no desespero. Na música dos Doors, há o seguinte trecho:
Please believe me Por favor, acredite em mim If you don’t need me Se você não precisa de mim I’m going, but I need a little time Estou indo embora, mas preciso de algum tempo I promised I would drown myself in mystic heated wine Prometi que iria me afogar em vinho místico aquecido
Aqui há um pedido de postergação do abandono. A voz da música – a rouca, sensual, cavernosa voz de Morrison – clama por mais algum tempo, apenas poucos momentos – seja para aproveitar a companhia do outro que será abandonado ou para se preparar para o sacrifício. Aqui o Rio se transforma, a substância da água se torna mais que meramente o líquido transparente e adquirindo uma conotação claramente mística – “I promised I would drown myself in mystic heated wine” – e tornando-se um veículo do transcendental ao promover a passagem do eu-lírico para um outro nível, aquém da angústia.
Jim, Florence and the Water
Os versos de Florence Welch seguem dessa maneira:
And don’t pour at us E não derrame sobre nós The world’s beast of a burden O fardo selvagem do mundo You’ve been holding on a long time E você já está aguentando há muito tempo And all this longing E toda essa saudade And the shields are left to rust E os escudos ficam para enferrujar That’s what the water gave us Foi o que a água nos deu
Na voz da fada ruiva da Bretanha, há uma expressão semelhante, a demonstração de alguém desgastado por várias experiências e que se vê longe da paz tão almeja, junto de alguém – se você tomar o verso “You’ve been holding on a long time” numa óptica intimista, ou seja, do eu-lírico falando por si, mas com alguém –, diferente dos versos Morrisonianos, porém não há a evidência clara de um abandono iminente, embora também haja sugestão de infelicidade.
Há duas estrofes a mais na música da britânica:
‘Cause they took your loved ones Porque eles levaram nossos amados But returned them in exchange for you Mas os devolveram em troca por você But would you have it any other way? Mas você faria de outra maneira? Would you have it any other way? Você faria de outra maneira? You could have had it any other way Você poderia ter feito de qualquer outro jeito
‘Cause she’s a crueller mistress Porque ela é uma senhora cruel And the bargain must be made E a barganha deve ser feita But oh, my love, don’t forget me Mas oh, meu amor, não se esqueça de mim When I let the water take me Quando eu deixar a água me levar
Na primeira parte, parece haver uma reflexão mais geral sobre as pessoas que morreram na água – evidenciando a natureza ambígua do elemento; capaz de trazer redenção em sua tranqüilidade tanto quanto destruição em sua fúria – e a segunda parte torna-se novamente pessoal, enquanto dissertando sobre um sacrifício – “And the bargain must be made” sobre a dama cruel do verso anterior, que parece ser uma referência a Virginia Wolf – tanto quanto sobre a entrega pessoal “When I let the water take me”, que parece dialogar diretamente com o verso de Jim “I promised I would drown myself in mystic heated wine”.
A finalização da música da britânica é a repetição do mantra subaquático;
Lay me down Deite-me Let the only sound Deixe que o único som Be the overflow Seja o transbordamento Pockets full of stones De bolsos cheios de pedras
O encerramento da canção da banda norte-americana também é uma repetição das suas três primeiras estrofes, com algumas diminuições:
Please believe me Por favor, acredite em mim The river told me O rio me contou Very softly Muito de leve Want you to hold me, ooo Que quer que você me abrace
I’m going, but I need a little time Estou indo embora, mas preciso de algum tempo I promised I would drown myself in mystic heated wine Prometi que iria me afogar em vinho místico aquecido
Free fall flow, river flow Fluxo da cachoeira, fluxo do rio On and on it goes sempre em frente Breath under water ’till the end Respire embaixo d’água até o fim Free fall flow, river flow Fluxo da cachoeira, fluxo do rio On and on it goes sempre em frente Breath under water ’till the end Respire embaixo d’água até o fim
Esses finais têm em comum o abandono de toda a esperança e a entrega absoluta, total ao único meio que poderia trazer paz aos espíritos dos eus-líricos atormentados das canções – o mesmo meio de Ofélia, Virginia Woolf e tantos outros – a água.
Ofélia de Paul Delaroche
As músicas despertam diferentes sensações e são bastante diferentes; a do Doors é mais suave e com um ritmo solene e litúrgico, a de Florence é mais desesperada e com uma balada selvagem e pagã, mas ambas são, essencialmente, fatalistas, filosóficas – pois inevitavelmente o fluxo de um rio ou da água em si mesma nos lembra o correr de nossas vidas, tão turbulentas quanto um mar revolto – e evocam uma transcendência inevitável.
Por Yasmim Deschain
Para conferir:
The Doors - Yes, the river knows
Florence + the Machine - What the Water Gave Me
Jim Morrison & The Doors w/ What the Water Gave Me
Florence was nominated for the BRIT Awards! She just got the nomination for the third time on the Best British Female Solo Artist category and Best British Album (w/ Ceremonials). Florence + the Machine will aso be performing on the BRIT Awards 2012! Check out for more informations.
Florence foi indicada para o BRIT Awards! Ela ganhou a indicação (pela terceira vez seguida) para a categoria de Melhor Artista Feminina Solo e a categoria de Melhor Álbum Britânico (com Ceremonials). Florence + the Machine também vai se apresentar no BRIT Awards 2012! Clique aqui para maiores informações.
Nota: Esse texto é de um Flow chamado Júlio César, que gentilmente me permitiu postá-lo aqui! Espero que vocês gostem.
What the Water Gave Me - Frida Kahlo
Possivelmente a entrada para o fim do túnel começa bem no lugar que você menos pode esperar. O meu parece água. Um grande mar, que as colorações verdes se misturam com as azuis, fazendo uma cor estranha, que as leis da física não podem explicar.
Essa cor é rubra. Parece sangue. Eu estou deitado nela como uma marionete sem cordas. Não consigo me mexer. Há água na minha boca, mas eu não me incomodo.
O primeiro suspiro me faz doer o estômago. Sinto algo subir em mim. Algo estranho. Redondo.
Suspiro antes da bolha que estava no meu ser escoar pela minha garganta e parar na minha frente, brilhando pelo mar vermelho em que eu me encontrava.
Era uma bolha amarelada. Estéril ao mesmo tempo. Ela paira na minha frente, ameaçando explodir a qualquer momento.
Eu hesito. Não sabia se era certo deixar que ela fosse embora, explodisse e me deixasse.
Antes mesmo de fazer algo, eu só vejo a bolha na minha frente explodir e um grande barulho sacudir toda a esfera na qual eu vinha a me encontrar.
Foi aí que eu descobri o que era aquela esfera.
Era uma parte de mim. Um grito de sofrimento que eu escondia todo o tempo.
E agora eu estava livre para morrer. Para viver. Para entregar-me para os demônios que há tanto me perseguiam. Para talvez vir a queimar por minhas mentiras ditas. Para as minhas meias-verdades.
Mas mesmo assim eu não me liberto. Apenas afundo mais em meu oceano de dor.
Embora eu esteja triste por estar no fundo, eu não consigo ver as coisas que me deixavam tristes antes. É como se o fundo fosse a paz que eu nunca tive.
O fundo do poço.
O fundo eterno no qual eu me encaixo.
texto de Júlio César originalmente publicado aqui.
I found out some quotes about Florence Welch and the pre-raphaelite influence on her work, and I'll just share it with you =)
It’s pop music for Pre-Raphaelites, all lavishly romantic and heavy with dark symbolism. Welch has a thing for images of drowning, all consuming water, and ghosts. The better for an image of a post-modern pop Ophelia.
Florence might want to have a little chat with her album cover designer, because he or she appears to have missed that particular meeting. Granted, the wild-flowers, flowing hair and general woodsiness of the first album cover are gone. But the new album cover bears more than a passing resemblance to a very famous Dante Gabriel Rossetti photograph of his lover Fanny Cornforth posing before a mirror in his London garden.Or is my Pre-Raphaelite fixation leading me to see Pre-Raphaelitism where there is none to be found?
For the cover of “Lungs,” Welch donned a diaphanous 1920s-style Emma Cook dress made with fine chains that revealed a set of prosthetic leather lungs. For her “Rabbit Heart” video, the duo created an earthy “pre-Raphaelite” look inspired, in part, by the Czech film “Valerie and her Week of Wonders.”
The mood of Florence Welch's second album is set by the cover, on which Welch appears to be posing for Dante Gabriel Rossetti. The mood of the disc inside, too, is decidedly pre-Raphaelite: a gothic fever dream of romance, striving for intensity without quite capturing it.